Liminar suspende demolição de banca de revistas no bairro do Farol



A informação de que a Revistaria Porto Seguro, localizada nas proximidades da Praça Centenário, no bairro do Farol, seria demolida nesta quarta-feira (10) pela Superintendência Municipal de Controle do Convívio Urbano (SMCCU) não foi aceita por frequentadores e simpatizantes do já tradicional ponto. Pelo menos é isso que os mais de 700 compartilhamentos de uma publicação no Facebook evidenciam. Apesar do susto, no entanto, graças a uma liminar concedida hoje, os advogados do proprietário conseguiram impedir a demolição.

A liminar foi concedida pela Justiça Estadual no início da tarde desta quarta-feira (10), após ação movida pelos advogados do proprietário Fernando Meira, e impediu a demolição do estabelecimento. A liminar foi providencial: dois caminhões caçamba e uma escavadeira já estavam de prontidão em frente da revistaria desde as 5h da manhã, para botá-la abaixo. “Conseguimos a liminar em cima da hora”, disse o proprietário.

Com cinco funcionários registrados, há sete anos a revistaria tem reunido amantes da leitura, dia após dia, mas às 13h40 de ontem (terça-feira 9) uma notificação tirou o sono do proprietário. No documento, a SMCCU avisava que o local deveria ser desocupado para posterior demolição. A razão: trata-se de área pública.
No Facebook, entretanto, a ação da SMCCU recebeu muitas críticas. Pouco mais de seis horas depois que o protesto de um usuário foi postado, a publicação já acumulava mais de 700 compartilhamentos. Com a liminar, agora cabe à Justiça, no julgamento do mérito, decidir pelo futuro da revistaria.

“A gente vive uma ausência quase absoluta de livrarias. A internet não é a mesma coisa, principalmente para quem gosta de apreciar o livro antes de comprar. E a Porto Seguro vem cumprindo esse papel. Ela se preocupa com o produto cultural, é bem frequentada e acaba sendo um ponto de encontro de pessoas que gostam de ler”, comentou a coordenadora da Editora Graciliano Ramos, Janayna Ávila. “Acredito que seja por isso que as pessoas estão se mobilizando. Se a demolição acontecer, será extremamente lamentável. Vai criar um vácuo”, complementou.

De acordo com a superintendente comercial da editora, Karla Luany, a revistaria é o maior ponto de venda de seus produtos editoriais. “Ela detém mais de 50% da fatia de mercado. Para se ter uma ideia, dez exemplares da última edição da revista Graciliano foram entregues no dia 3, e 48 horas depois, já estavam vendidos. Em outras bancas, passamos até trinta dias para prestar conta de cinco revistas”, observou.

Karla Luany disse ainda que a revistaria tem um atendimento diferenciado e, além de ser uma prestação de serviço cultural, valoriza os produtos da terra. “Ela é mais do que uma banca de revistas, eu a vejo como um patrimônio cultural. Do ponto de vista comercial, sua localização é extremamente estratégica. A demolição seria um erro grave”, relatou.

Fonta: tudonahora.com.br

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