Alagoas continua líder em homicídios; secretário diz que tendência é de queda




Alagoas é o estado que registrou o maior número de homicídios no ano passado, segundo a sexta edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgada nesta terça-feira (6) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Foram registradas 74,5 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes no estado, o que representou aumento de 9,3% em relação a 2010.
O resultado repete o ranking do último levantamento, quando Alagoas também ficou em primeiro lugar, seguido por Espírito Santo e Paraíba, que também repetiram as mesmas colocações da edição passada.
Tendência é de queda, diz secretário
O secretário estadual da Defesa Social, Dário César, disse na tarde desta terça, que a permanência de Alagoas no topo do ranking de homicídios em 2011 já era esperada, e disse que os números de 2012 são bem mais alentadores.
“A estatística de 2011 infelizmente é real. Não é novidade para o governo, que já sabia, e aliás foi quem informou os números a Brasília”, disse o secretário.
O dado importante, segundo Dário César, é que os números de homicídios vêm caindo. E ele chamou atenção para outro detalhe: há estados que não alimentam o sistema nacional de informações e por isso aparecem com números baixos de homicídios, quando na realidade “estão piores que Alagoas”.
Segundo o secretário, é preciso encarar a questão de frente. “Alagoas ainda vai permanecer por algum tempo com níveis altos de violência, e em 2013 deve continuar em primeiro no ranking, mesmo com redução nos números, porque o processo é mesmo demorado”. Ele lembra que em 1999 Alagoas era o 11º estado em violência “e desde então subiu até chegar no topo. Só agora, em 2012, pela primeira vez os índices caem mês a mês, desde janeiro, em relação ao ano anterior, na capital e no interior”, acrescentou.
Os números de outubro
O secretário adiantou os números já consolidados de outubro passado, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Os números caíram, tanto na capital como no Estado inteiro.
Em Maceió, o número de homicídios em outubro de 2012 foi de 59 – uma queda de 33% em relação a outubro de 2011, quando houve 90 assassinatos.
No Estado, houve 169 homicídios em outubro deste ano, uma queda de 18% em relação a outubro de 2011, quando foram registradas 202 ocorrências desse tipo.
“É uma tendência que vem se registrando mês a mês, e que se acentuou desde junho, quando começou o Brasil Mais Seguro em Alagoas. É claro que, para o governo, o número ainda não satisfaz, mas quando vemos a tendência decrescente, é um bom referencial, sinal de que estamos no caminho certo”, concluiu o secretário.
Números caem
Diferentemente de Alagoas, o segundo estado colocado em homicídios, Espírito Santo, teve redução de 3,2% no número de assassinatos em 2011, tendo registrado uma taxa de 44,8 homicídios por 100 mil habitantes. Na Paraíba, com taxa de 43,1, a variação foi maior que a do primeiro colocado, com incremento de 12,9% no número de mortes.
Na comparação entre os dois últimos anos (2010 e 2011), o maior aumento foi registrado em Santa Catarina, com 44,8% a mais de mortes em 2011 que no ano anterior. A taxa estadual passou de 8,1 para 11,7.
Em números absolutos, os estados com maior número de mortes foram Bahia (4.380), São Paulo (4.194) e Rio de Janeiro (4.009). Na comparação com 2010, no entanto, as taxas recuaram nos três estados: 4% na Bahia, 3,7% em São Paulo e 9,9% no Rio de Janeiro.
Presos: AL também no topo de superlotação
O anuário traz também um perfil dos presos brasileiros. Dos 471,25 mil presidiários, 93% são homens, 43,6% são pardos e 29,6% têm idade entre 18 e 24 anos. Conforme o levantamento, a quantidade de presos diminui a medida que a idade avança. Mais da metade têm entre 18 e 29 anos, total de 252,1 mil. Na faixa etária entre 30 e 34 anos, são 84,9 mil e aqueles de 35 a 45 anos somam 76,6 mil. Acima de 46 anos, são aproximadamente 33,6 mil presos.
Apesar de o país ter quase 500 mil presos, existem apenas 295,41 mil vagas no sistema prisional, o equivalente a 1,6 detento por vaga. A proporção é pior nos estados de Alagoas (2,6), Pernambuco (2,4) e do Acre (2,2), com déficit de 2,085 mil, 15,283 mil e 2,045 mil vagas, respectivamente. Em números absolutos, no entanto, São Paulo é o estado que precisaria abrir o maior número de vagas, com déficit de 74,03 mil. A proporção de presos por vagas no estado aproxima-se da média nacional, com 1,7 detento por vaga.
De acordo com o estudo, boa parte do problema poderia ser resolvido com maior celeridade do Judiciário, tendo em vista que 36,9% dos presos são provisórios - estão aguardando julgamento. Seis estados têm mais da metade dos detentos sem julgamento: Piauí (67,7%), Sergipe (65,6%), Amazonas (59,4%), Pernambuco (58,7%), Minas Gerais (56,6%) e Amapá (50,9%).
O anuário reúne dados dos órgãos de segurança pública dos estados e do governo federal, além de informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), do Ministério da Saúde e do próprio FBSP. Este ano, o documento dividiu os estados por categoria de qualidade da informação fornecida porque os sistemas de informação são abastecidos de forma diferenciada por cada unidade da federação.

Fonte: Agência Brasil

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