Autoescolas terão de usar simulador de direção em 2013



A partir de 2013, todos os centros de formação de condutores (CFCs, conhecidos como autoescolas) do país serão obrigados a usar o simulador de direção veicular, depois que o aluno concluir o curso teórico e antes de iniciar as aulas práticas de direção nas ruas.

A obrigatoriedade de uso desse equipamento consta da Resolução 358 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), de 19 de agosto de 2010. A decisão será regulamentada na próxima reunião do Contran, marcada para o dia 31 de outubro. A ideia é utilizar tecnologias de simulação e realidade virtual, para o aprimoramento do processo de formação. Estudos comprovaram que o equipamento pode reduzir pela metade o número de acidentes, nos 24 primeiros meses após a retirada da habilitação.

O problema é que cada simulador custa, em média, o preço de um carro popular. Em Alagoas, a maioria das autoescolas não tem dinheiro para adquirir o equipamento. A aflição dos CFCs é nacional, e eles avisam que terão que aumentar o valor do curso das autoescolas para a Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

“Sem dúvida nenhuma, o valor é algo que acaba interferindo de maneira negativa. Se for obrigatório, nós vamos ter que repassar isso para o usuário, não tem como você absorver esse investimento”, disse o presidente da Federação Nacional das Autoescolas e Centro de Formação de Condutores (Feneauto), Magnelson Carlos de Souza.

Já o ministro das Cidades, Agnaldo Ribeiro, acha que as autoescolas têm, sim, condições de bancar o investimento. “A própria autoescola tem condição de adquirir um carro popular como instrumento de formação, e o custo do simulador significa o preço de um veículo popular. 

Portanto, não alterará ou não justificará um aumento expressivo na prestação dos alunos por conta do simulador”, disse Ribeiro. O ministro ressaltou que a grande demanda das autoescolas pelo novo equipamento induzirá a uma diminuição no preço do simulador.

Em Alagoas, onde há autoescolas que não têm caixa para nenhuma aventura de investimento, a solução parece vir da boa relação do Detran local com os donos de autoescolas – e da interpretação da resolução do Contran.

A resolução diz que a partir de 2013, as autoescolas serão obrigadas a “usar” o simulador; ela não diz que elas deverão “possuir” o equipamento. Assim, o uso dele pode ser coletivo e um mesmo simulador pode servir a várias autoescolas.


Cinco aulas no simulador

O simulador terá de ser usado em cinco aulas após o aluno ter feito o curso teórico, antes de iniciar as aulas de direção nas ruas. A ideia é dar ao candidato a motorista uma segurança maior, uma prática virtual ao volante antes que ele vá encarar o trânsito de verdade nas aulas práticas.

O equipamento, desenvolvido pela Universidade Federal de Santa Catarina, deverá custar o valor de um carro popular. Por enquanto, existe apenas um fabricante no Brasil homologado pelo Denatran, o que significa oligopólio.

Na última quinta-feira (25), a presidenta Dilma Rousseff conheceu e até testou um simulador de direção veicular, ao visitar o Salão Internacional do Automóvel, em São Paulo. Ela ficou feliz por ter cometido poucos erros no teste que fez, e disse considerar positiva toda iniciativa que tenha por finalidade evitar acidentes no trânsito.


Em Maceió, Detran pode bancar equipamentos

Na última segunda-feira (22), houve uma reunião sobre esse assunto na sede do Detran de Alagoas, no Pontal de Barra. O diretor-presidente do órgão, Lúcio de Melo, conversou com representantes das autoescolas sobre a obrigatoriedade do simulador. Os empresários avisaram que, se tiverem que comprar o equipamento, inevitavelmente terão de repassar o custo aos preços dos cursos.

Segundo o presidente do sindicato dos CFCs, Joseilton Carvalho, a solução parece estar bem encaminhada. Se tudo der certo, diz ele, o Detran adquirirá os simuladores (seriam três, inicialmente), e os colocará em uma área, que ainda será adquirida, destinada a treinamento e exames de direção veicular. Os simuladores ficarão sob responsabilidade dos CFCs, que os utilizarão em rodízio e cuidarão da manutenção.

“Assim não haveria nenhum impacto sobre os preços”, disse Joseilton Carvalho. “É uma atitude muito positiva do Detran, tanto em relação às autoescolas quanto aos consumidores”.

Fonte: tudonahora.com.br

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