Moradores voltam a ocupar Favela de Jaraguá, denuncia associação



Eles teriam transformado aptºs em ‘casas de veraneio’, usando barracos durante a semana, devido à atividade pesqueira; 'Estamos impedidos', diz SMCCU


A Associação dos Moradores da Favela de Jaraguá, em Maceío, denunciou à Gazetaweb, na manhã desta quinta-feira (18), que dezenas de moradores residentes no conjunto de apartamentos (450 no total) doados pela Prefeitura de Maceió – que, por sua vez, pretende iniciar um projeto de reurbanização no local que abrigava centenas de famílias de pescadores – estão reerguendo os antigos barracos, transformando as residências que receberam em ‘casas de veraneio’.

Isso porque, conforme a denúncia, pescadores contemplados com as moradias instaladas em trecho da Avenida Assis Chateaubriand, no Pontal da Barra, estariam residindo na área da favela, de segunda à sexta-feira, sob o argumento de que aquele trecho é mais propício para a atividade pesqueira, já que o mar da Praia da Avenida – no bairro onde se encontram os apartamentos – é mais revolto. Tal argumento também levou, em maio passado, dezenas de famílias a resistirem à transferência iniciada pelo Município.

“Eles estão passando somente os finais de semana nos apartamentos porque dependem da pesca e não podem carregar os materiais diariamente”, afirmou a presidente da associação, Maria Enaura, acrescentando que mais de 10 barracos já estão servindo de ‘ponto de apoio’ para os pescadores.

“A Prefeitura sabe do problema e nada faz. Os fiscais só aparecem para fazer foto”, emendou Enaura, revelando ainda que, entre cadastradas e não cadastradas (cerca de 40, que conseguiram permanecer no local por não terem para onde ir), já são mais de 100 famílias.

Porém, o comerciante Carlos Jorge da Silva contestou a informação, garantindo à Gazetaweb que a denúncia não procede. “Está vindo gente de fora ocupar os barracos. Isso é o que está acontecendo. Eu venho, permaneço pela manhã e à tarde, mas retorno para meu apartamento todos os dias, já que meu barraco foi demolido. E tenho certeza que todos fazem o mesmo”, declarou.

A Gazetaweb também ouviu o superintendente da SMCCU, Galvacy de Assis, responsável pela desocupação da favela. Ele explicou que o órgão está impedido de tomar providências sobre o problema devido à decisão judicial, em virtude de ação do Ministério Público Federal, impedindo a Superintendência de proceder qualquer demolição na área.

“Queremos agir, mas a Justiça não deixa. Confirmamos o retorno das famílias, retornamos ao local para demolir os barracos, mas os próprios moradores denunciaram a Prefeitura ao MPF. Estamos impedidos de fazer qualquer coisa por lá. Até deixei de fazer compras no mercado do peixe porque temo ser preso por descumprimento de decisão judicial”, explicou. 


Fonte: gazetaweb.com

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