PF faz devassa em clínica infantil para constatar fraude no SUS



Alvo é a Clínica Infantil de Maceió, no Farol; documentos e equipamentos são procurados



Equipes da Polícia Federal (PF) estiveram, na tarde desta terça-feira (30), na Clínica Infantil de Maceió, localizada no bairro do Farol, em busca de provas que atestassem indícios de fraudes cometidos contra o Sistema Único de Saúde (SUS). Mandados de busca e apreensão foram pedidos à Justiça Federal pelo Ministério Público Federal (MPF) e a operação foi comandada pelo delegado Jorge Eduardo de Oliveira. O caso já havia sido noticiado, em rede nacional, numa reportagem especial do programa Fantástico, da Rede Globo.

De acordo com a assessoria de imprensa da PF, o esquema já vinha sendo investigado e, preliminarmente, sabe-se que uma mulher obtinha os dados pessoais de inúmeras crianças carentes, repassava para que a equipe médica assinasse o internamento e encaminhasse as informações para o SUS. A verba era liberada para a clínica por cada procedimento que era realizado pelo sistema.


Ainda conforme a assessoria, a suposta fraude somente foi detectada depois que familiares das crianças envolvidas diretamente no esquema avisaram à ouvidoria do SUS. Elas recebiam uma carta que seria um feedback para que se relatassem como tinham sido atendidas. O Ministério da Saúde acionou a Polícia Federal e a investigação foi iniciada. Pelos dados enviados ao sistema, a quantidade de menores que estavam doentes já era tão grande que Maceió estaria prestes enfrentar uma situação epidêmica de Influenza, a forma mais grave da gripe comum. A doença era a mais frequente que constava nos dados enviados.


O método usado para obtenção da ficha cadastral dos supostos pacientes ainda está sendo checado pela PF. Com a apreensão de documentos e computadores, além de CD’s e DVD’s, a polícia que averiguar se as denúncias contra a clínica são contundentes. O número de pessoas que seriam vítimas indiretas da fraude também ainda não é conhecido. O laudo para ser encaminhado ao SUS deve ser, obrigatoriamente, assinado por um médico. A assessoria de imprensa da PF afirma que desconhece, por enquanto, se esses documentos tinham a assinatura de um único profissional ou de vários.


Desde que o caso foi exibido pela Rede Globo e repercutido pela imprensa local, a Clínica Infantil de Maceió está fechada. O proprietário da unidade de saúde não foi ouvido durante a investigação inicial da polícia, tampouco qualquer profissional ou funcionário. Entretanto, segundo a assessoria de imprensa da instituição, o procedimento pode ser feito a partir da análise que será feita no material apreendido nesta terça-feira.


O MPF não requisitou a prisão de pessoas, apenas a busca e apreensão de documentos e mídias digitais nas dependências da clínica. "Dezesseis caixas de documentos foram apreendidas. Agora haverá triagem do material que será encaminhado ao MPF", informou a assessoria de comunicação.



                             


Fonte: gazetaweb.com

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