Sem receber medicamento, criança de quatro anos pode entrar em coma

Lara sofre de displasia cortical focal e depende de medicação que custa 
mais de R$ 700,00


Uma mãe alagoana, que há anos enfrenta uma luta para cuidar da filha deficiente, se vê diante de mais uma batalha. Isto porque o remédio que mantém controlada a doença de Lara Caroline, de apenas quatro anos, está acabando e o Governo Estadual ainda não forneceu uma nova caixa do medicamento. A médica que cuida da criança declarou que, caso o tratamento seja interrompido bruscamente, ela pode entrar em coma.

Dacyleide Almeida afirma que a filha recebe, desde o dia 6 de junho, o remédio importado Ospolotic 50mg, cujo frasco com duzentas doses custa R$ 711,71. Mas ela só tem comprimidos até a próxima quarta-feira (25), e a Farmex – órgão de assistência farmacêutica da Secretaria de Estado da Saúde – ainda não forneceu uma nova dose do medicamento.

Dacyleide diz ainda que o medicamento não foi encomendado a tempo e que o pedido só foi feito depois que ela insistiu à Farmex. “Fui à Vara da Criança e do Adolescente, que solicitou uma explicação à Farmex. Eles disseram que o medicamento chegaria em 10 dias úteis, mas o prazo já encerrou e até agora nada”, reclamou.

Lara sofre de displasia cortical focal, doença que consiste em uma malformação do desenvolvimento cortical e, entre outras coisas, causa epilepsia de difícil controle. A mãe de Lara disse que depois que a criança começou a tomar os medicamentos, melhorou significativamente. “Ela já tinha 30 internamentos em Maceió e três em São Paulo. Mas com esse remédio, ela está bem melhor. Já anda, fala e não teve mais nenhuma crise epiléptica”, informou Dacyleide.

“Agora eu estou com medo de ver todo esse progresso na saúde da minha filha única ser perdido. Porque eu venho de uma luta que só Deus sabe. Até parei de trabalhar para cuidar da Lara”, relatou a mãe. “Agora minha filha corre risco de vida por causa de um Estado mal administrado”, emendou.

Procurada pela reportagem da Gazetaweb, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informou que todos os medicamentos importados estão tendo problemas para ser entregues. Além disso, os remédios para doenças mais raras costumam ter um prazo maior, porque os laboratórios aguardam receber uma procura suficiente para viabilizar a produção em massa do produto.  

Fonte: gazetaweb.com

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